DO ATRITO

Mais uma vez, caros leitores, venho trazer mais um poema.

O tema novamente é para inquietar.

Alguns dizem que o conhecimento e a sabedoria desperta o homem para ver o mundo com outros olhos. Outros, porém dizem que a ignorância é que é uma benção. Quem terá a razão afinal? Afinal devemos ou não estar em inércia?






DO ATRITO


“Por que tirastes-me da inércia?”

Pergunto aos meus passados, às minhas glórias,

Aos caricatos seres de minhas memórias.

Fizerdes escorrer o tempo de minhas mãos fechadas,

Fizerdes alterar os corpos e as poucas estradas.



“Por que tirastes-me da inércia?”

Pergunto aos meus erros, aos meus enganos,

Aos acasos que ousaram destruir meus planos.

Queríeis, por algo, uma troca justa?

Mas não perguntastes primeiro o quanto custa?



“Por que tiraste-me da inércia?”

Pergunto a quem aqui me entende mesmo.

Que sabe do caminho na escuridão que sigo a esmo.

Sei que talvez agora entenda o que está acontecendo.

Sei que não fez por mal, não assim querendo.



Que pena?

Ganhei a dúvida!

Que pena!

Perdi o chão.

Tirastes-me da inércia,

Mas não preenchestes minha solidão.



D. MENARI
Folheteen

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VACILOU, GAME OVER!

A última postagem do Phylos, In Hoc Virtuallis Mundi (tive que olhar pra ver como escreve), me deu muito em que pensar. Como sempre, esse infeliz consegue tirar as bases que eu considerava fortes. Ele e essa sua mania filosófica... Mas não foi o ponto de ignição deste texto. E eu precisava escrevê-lo, com urgência. Antes que ele sumisse na imensidão de ideias que é o caos do meu cérebro.

Eu fico muito no Facebook. Muito mesmo. Como gosto de brincar: Muito, do verbo “Pra caralho!”. Ok, não é verbo, mas qualquer um que tenha assistido “Nóis na Fita” sabe do que eu estou falando. Se não assistiu, assista. Garanto que dará boas risadas.

Eis que em uma postagem, uma conhecida postou a seguinte frase: “A Vida não é Video Game para te dar chances. Vacilou, game over!”. E eu fiquei pensando na frase...



Vamos pensar a vida numa estrita perspectiva. Ela é ao mesmo tempo desanimadora e completamente renovadora se você souber aproveitar dos seus efeitos. Se não, você vai ficar desesperado. Peço desculpas antecipadas aos leitores por isso. Mas às vezes é necessária uma fuga da inércia em que vivemos.

Se considerarmos a visão científica da gênese do nosso mundo, surgida de um único ponto em uma explosão sem precedentes ocorrida a aproximadamente 14 bilhões de anos (o que já é desesperador por si só), teríamos de concordar que tudo, absolutamente tudo, decorre de um processo caótico desde então e, portanto, somos filhos do Caos. Meros seres quase desprezíveis na imensidão que é o Universo. Frutos dos vários Acasos numa sucessão de instantes que tendem ao infinito. Poético e assustador, não?

Sendo assim, a qualquer momento, poderíamos ser acometidos por uma grave doença, ou poderíamos já tê-la em nossos genes; nosso planeta poderia ser atingido por um algo que exterminaria a vida em, relativamente, pouco tempo; poderia ocorrer uma explosão na cozinha ou ruir a parede do seu quarto nesse exato momento; você poderia engasgar com a própria saliva.

Ok... Eu mesmo me assustei com a última.

E ainda assim, estamos aqui. Um novo instante nos foi dado, uma nova chance. Um “Continue”, em termos gamescos.

Claro, se você pular de um precipício, provavelmente não sobrará nada para contar a história. Mas todos nós corremos riscos a todo o momento. Só não precisamos nos colocar na maioria deles.

Então, será que a vida não nos dá outra chance? De consertarmos alguns dos nossos erros, engolindo o orgulho, pedindo perdão, mudando de atitudes, numa tentativa maior de mudar as nossas vidas e as de outrem?

Fica a pergunta.




Maldito Phylos...



D. MENARI
A Verdade Nua e Crua

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In Hoc Virtuallis Mundi

Acredito que não vou falar nada de novo nos próximos parágrafos. Mas não importa quantas vezes for dito, acredito que poucas pessoas serão tiradas da inércia por uma mera reunião de palavras que este singelo mortal vos escreve.
Os seres humanos tem em suma maioria uma estranha natureza de tentar a todo custo afastar-se do real, dessa sucessão de instantes que os acomete e da qual eles não podem escapar ou explicar, por mais que queiram. Existiram pensadores que fizeram disso a semente que germinou em sua filosofia. Não sou especialista, mas acredito não ser difícil verificar o pensamento de Platão nessa sentença.



O que você deve saber é que Platão foi um filósofo. Muitos dirão que deveria se tratar de um Zé Ninguém que não tinha mais o que fazer e por isso ficava colocando caraminholas em sua cabeça, pela grande quantidade de tempo gasto fazendo nada, e de outras pessoas, pois, com certeza, deveria ficar atormentando os mais próximos com perguntas. E há dias em que não estamos com humor para isso. Para muitas pessoas, nunca. Mas e daí? O que um filósofo da Grécia Antiga tem de relação com o título desta postagem?
Ora, meus caros leitores, como sempre tem acontecido em textos anteriores, este é mais um caso em que a abordagem de Platão nos serve para iniciar nossa reflexão. Assim sendo, acompanhem meu raciocínio.
Aqueles que conhecem minimamente a filosofia de Platão sabem que, para ele, existiam dois mundos: um sensível, este que nos rodeia e que nos aflige o mundo do corpo; e outro, inteligível, onde tudo existe na mais perfeita ordem, o mundo da alma. O segundo seria superior ao primeiro. Não vou me demorar no tema, afinal, para explicar as ideias do filósofo seriam necessários vários textos nem um pouco curtos.



Voltemos ao que nos interessa no momento.


Essa visão dualista influenciou e ainda influencia os trâmites do pensamento ocidental. E existem várias maneiras de se utilizar desse tipo de argumento e visão. Eu poderia citar as bases da doutrina judaico-cristã, em que este mundo de pecado (inferior) será trocado por um celestial (superior), perfeito em que nada poderia nos desalegrar. Felicidade suprema. Claro, se seguirmos todos os ensinamentos do deus e não formos para o Inferno, o completo oposto disso. Um mundo ainda pior do que este em que vivemos.
Poderia citar também os princípios da ciência, garantidora da mudança deste nosso mundo presente (inferior) para um futuro melhor (superior), futuro este que nunca chega e que vive e existe apenas na cabeça daqueles que acreditam piamente nisso. Uma readaptação das ideias platônicas? Eu gosto de acreditar que sim.
Existiram outros filósofos que discordariam de Platão, dizendo que não existem dois mundos, como Aristóteles, mas apenas um que é a união indissociável dos dois por ele proposto, mas, como eu disse, não vim aqui dar aula de filosofia e não vou me demorar nesse tema.
Hoje, porém, este mundo virtual, inteligível, parece cada vez mais presente em nossa vida. Quantos de nós não temos perfis em redes sociais em que nos expressamos das mais variadas maneiras, em vários formatos, com texto, música, imagem, vídeos, etc. Tudo que a tecnologia nos é capaz de propor na comodidade de um clique. Mas, e daí?
Daí que esse mundo merece ser tratado com cautela para que não nos afoguemos, assim como nossos antepassados, nos nossos pensamentos, num mundo inteligível e inexistente na concretude e nos esqueçamos de viver.
O texto poderia muito bem parar por aqui. Já daria uma boa mensagem motivacional, embora não fosse essa a ideia a priori, mas aqui vai o motivo de todo ele. Uma última comparação para entendermos como esse mundo na tela de uma máquina nos apresenta o irreal.

Hipocrisia.



Isso mesmo, caro leitor.

Hipocrisia Virtual, para ser mais exato.

Quantos e quantos de nós não temos um discurso tacanho de melhora do mundo, de busca de um futuro em que todos teriam acesso às mesmas coisas, de respeito, de tolerância, mas não conseguimos nem sair de uma discussão sem denegrir a imagem do outro e confundindo opinião com argumento, utilizando o primeiro como segundo.

Pois é, meus caros amigos...

Nesse mundo virtual tudo parece valer assim como no real. E é isso que assusta. Mas algo ainda se mantém: curtidas, comentários e compartilhamentos valem; imagens e vídeos, motivacionais ou não, valem; o discurso vale; mas ainda assim, as ações falam mais alto. De que adianta ter o discurso ideal, a moral inatacável, se na hora de agirmos com tais valores não os fazemos?

Sem falar que parece que tudo deve ser mostrado. Tudo mesmo. E eu tenho a impressão de que, em muitas das vezes, o que é mostrado é apenas fachada, um verniz pra encobrir a podridão em que o móvel se encontra. Um disfarce, um embuste. E para quê? Não sei. Não me preocupo em procurar a gênese destes fatos, pois sei que de nada adiantará possuir essa informação, embora algumas destas gêneses estejam tão à mostra que fica difícil não vê-las.

Tenham cuidado com o que postam, meus caros amigos. Pois, esse mundo é virtual e de nada adianta maquiá-lo como fazem com o real, pois os dois mundos são apenas um. Seja no mundo Real, seja no Virtual, ainda serás julgado pelo teu agir, não pelo teu falar.

Ainda bem...

Ainda bem...


PHYLOS, O FREI
A Verdade Nua e Crua

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