Em casa onde não há Pão...


Peço desculpas aos leitores do Avesso Inverso, pois hoje vou tratar de um assunto que muita gente detesta e que vai contra, de certo modo, a principal meta do blog que são os textos divertidos. Hoje decidi tratar de um acontecimento de cunho político... Por favor, guardem as facas e os tomates.




Estamos em ano de eleição, como todos sabem. E às vésperas delas, pode se dizer. E devido a isso as redes sociais fervilham de intelectuais e, principalmente, de pseudo-intelectuais que acham que tem as respostas que garantirão em 100% a solução de todos os problemas da nação brasileira.


Eu era um desses, não vou negar. Mas, depois de ter tido um pouco mais de contato com os trâmites da política percebi que, pasmem vocês, é impossível. E escrevo isso com todas as letras. Sem o menor remorso. É impossível resolver todos os problemas do Brasil ou de qualquer país do mundo, pois ao se arrumar um problema, cria-se outro e assim é a vida. Temos que nos contentar, em certos momentos, com isso. E são poucos os que conseguem.

Mas esse não é a minha crítica especial de hoje. Hoje venho criticar os extremistas. O povo do “Preto ou Branco”, do “Ou oito ou oitenta”, do “É ou não é”. E vocês sabem exatamente do que estou falando. Temos militantes de todos os lados, mas os mais numerosos são os dos extremos. Talvez não os mais numerosos, se pensarmos bem, mas os mais aparentes, pois não conseguem se conter ao entrar em uma discussão e ter sempre, ao final, a razão.

Vejamos a última situação: Luciana Genro e Danilo Gentili. E já vou deixar claro, pois tendem a interpretar erroneamente. Então vou escrever em letras garrafais, em Caps Lock, para todo mundo entender: NÃO ESTOU DEFENDENDO NENHUM DOS LADOS.

Novamente, e agora sozinho em uma frase e em mais destaque:



NÃO ESTOU DEFENDENDO NENHUM DOS LADOS.



Ótimo!

Que bom que deixamos isso claro. Minha função aqui é criticar e, para isso, num primeiro momento, não posso tomar partido.

Comecemos então.




Luciana Genro é a candidata do Partido PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) à Presidência da República no ano de 2014. Nascida em Santa Maria, Rio Grande do Sul em 1971. Isso prova que ela parece inteira pela idade. Filha do atual governador do Rio Grande do sul, Tarso Genro que também foi ministro durante o governo Lula.

Sua causa é em favor dos interesses da Esquerda, isso é inegável. E com isso temos a defesa de alguns assuntos que vão de encontro aos interesses dos grandes empresários e magnatas do país e a defesa de certos assuntos considerados polêmicos, tais como aborto, legalização da maconha, casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre outros.




Danillo Gentili, o apresentador do Late Show do SBT, The Noite, simpatiza com as causas da direita. Ou é o que o povo diz... Conhecendo a vida de Danilo e sua trajetória profissional, não é de se esperar algo diferente dele, afinal, ele continua fazendo o que sempre fez desde seu início no Stand-Up Comedy. E como ele mesmo disse em uma entrevista a muito tempo com Roberto Justus: “Toda piada tem um alvo.” E para ser democrático, no sentido mais puro da palavra, todos podem ser alvo. Mas é claro que, como pessoa e não como ideia, ele tenha suas preferências. Quem não tem?


Recentemente a candidata foi entrevistada no programa de Danilo Gentili, The Noite. E ao invés de debaterem as mesmas questões que foram tratadas no programa, quando a candidata apresentou sua perspectiva sobre eles, principalmente os supracitados, e percebíamos claramente que ali haviam pessoas que defendiam ideias opostas. Não contraditórias, apenas opostas.

Mas foi isso eu correu nas redes sociais?

Claro que não.

O que correu foi a seguinte imagem:



Ou seja, como muitas vezes acontecem, optam por disseminar a discórdia entre as partes por conta de uma frase que, no contexto, não teve nada de mais. A candidata apenas salientou que o apresentador estava equivocado na sua definição e que o estudo do tema proporcionaria um melhor entendimento. Mas como os jovens de esquerda parecem ter uma rixa (em alguns pontos, correta, em outras, não) com Danilo Gentili, isso bastou para servir de pólvora para começarem a alvejá-lo, novamente.

Afinal a discussão baseada pura e simplesmente em argumentos é o forte de ambas as partes, não é mesmo, caro leitor? Cada um defendeu o seu posicionamento de forma coerente, mas como o povo gosta mesmo é de polêmica...

Assistam a entrevista. Aqui está o link que direciona ao programa. Tirem suas próprias conclusões.




(Não, não é vírus, pessoal, pode clicar. Vai direcionar para o site do próprio programa).


Mas fica o alerta: uma frase fora de contexto ou um ataque gratuito não recebe nada em troca, a não ser o mesmo ataque. Afinal, em casa onde não há pão, todos brigam, mas ninguém tem razão.


Pensem nisso.


PHYLOS, o Frei
Ponto e Contraponto

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A TEORIA DA COCA-COLA QUENTE

Sabe aquele tipo de conversa que começa do nada e termina em assunto nenhum? Daqueles que você dá uma volta tremenda pra cair no mesmo assunto? Ou então assuntos que começam em um lado do universo e terminam do outro, passando por outros tantos variados? Se você sabe do que eu estou falando, eu tenho uma teoria que explica isso.



Existem certas situações que propiciam o aparecimento de situações como as supracitadas. (Ok, gastei meu vocabulário agora...) Por isso, explicarei, com exemplos, o que eu chamei de "TEORIA DA COCA-COLA QUENTE".

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Nada é Permitido, Tudo é Verdade!

Se fosse perguntado a inúmeros filósofos desde os tempos mais longínquos aos mais contemporâneos a nós “Qual é o problema do mundo?”, certamente teríamos respostas completamente divergentes. Alguns diriam que “O homem é fruto de seu tempo!” e, portanto, algo como o inconsciente coletivo, ou o fantasma que assombra a Europa o Mundo, ou o que quer que o valha, é o que faz os homens pensarem e agirem como tais.

Ora, neste momento, então, seria válido um possível questionamento: em pleno ano de 2014, como podem as pessoas estar cada vez mais incomodadas com a questão da Alteridade? Do Diferente? Essa é a proposta que iremos investigar nos próximos parágrafos. E aqui, tal qual Nietzsche, não tenho compromisso com uma verdade que queira estar absoluta. Apresento-vos então minha perspectiva.



Dizer que é de hoje que convivemos com vários pensamentos diferentes seria um grande erro. Basta uma pesquisada no Google para ver conviver com outras culturas, povos, etnias e/ou formas de pensamento é quase tão antigo quanto a própria escrita. Mas isso não quer dizer que elas tenham sido pacíficas. Claro que não.

Sejam pertencentes a uma maioria ou a uma minoria, as pessoas nunca estiveram plenamente satisfeitas consigo mesmo. E com isso não me refiro a concentrações adiposas em lugares indesejados ou marcas de expressão que vão sendo cravadas na derme com o passar dos anos.

Me refiro ao fato de que as pessoas para terem seus desejos satisfeitos, qualquer que seja ele, precisa de todo um aparato para ter sucesso nessa empreitada, ideológico, principalmente. Quando este desejo é, por qualquer que seja o motivo, considerado indigno por uma outra parcela da sociedade, temos mais um empecilho para a satisfação do mesmo. É preciso convencer os outros de que o seu desejo deve, em ultima instância, ter o direito de ser desejado e de ser satisfeito (com o perdão da redundância).

Mas se pararmos para pensar: todo desejo deve ou precisa ser satisfeito? Todo desejo mesmo? Em absoluto? Acredito que a maioria responderá que não. Então é preciso um código para debater e chegar a um veredicto de quais desejos tem o direito de ser satisfeitos ou não. Mas por quanto tempo devemos manter o interesse nos desejos A em detrimento dos desejos B? E se amanhã os desejos B forem considerados certos e os desejos A, por consequência, errados? É preciso uma nova lei? Um novo estatuto?

Eu diria "Não!", com todas as letras. E por quê?

É preciso antes de tudo uma nova discussão. E aqui chegamos no principal ponto: é possível se discutir hoje em dia? Perceba, caro leitor, que tocamos em uma ferida. As pessoas não estão tão abertas à discussão tal como pensamos. Mesmo aquelas que se dizem defensoras de todos os lados. Em ano e época eleitoral então, nem me fale. O discurso do ódio predomina nas redes sociais e em qualquer outro meio midiático.

Vejamos o caso da torcedora e do goleiro do Grêmio. A garota cometeu um crime? Talvez. É difícil enquadrá-lo. O momento dificulta. É um ambiente em que os xingamentos são comuns, quase uma forma de extravasar. As mães dos juízes que nos digam... Mas (com certeza) estes ofenderam o goleiro. Algo deve ser feito. O quê? Botar fogo na casa da torcedora é que não. É como combater um crime com outro. E voltamos ao Código de Hamurábi: "Olho por olho, dente por dente!". Cabe à Justiça averiguar o ocorrido e punir quem deve sê-lo. Como dito no começo, não estou buscando uma verdade, mas um questionamento.

Falta diálogo. O discurso de "Somos todos iguais!" parece ser da boca pra fora. Somos iguais até que eu esteja envolvido ou que meus interesses estejam xeque. Assim fica fácil.

E se você disser: "Cada caso é um caso!" é por que está em cima do muro? Não. Significa que você é sensato o bastante para crer que um ideal absoluto e inalcançável tem o mesmo valor de um zero do lado esquerdo da vírgula.

Fica a reflexão: Está na hora de discutirmos os valores que temos como norte ou está na hora de valorizarmos a discussão? Pois se não for assim, ao invés da célebre frase do game Assassin's Creed: "Nada é verdade, tudo é permitido!" teremos uma sociedade onde nada é permitido, pois tudo é verdade.


Principalmente se convir.


(E ai de quem disser que não...)



PHYLOS, o Frei
Ponto e Contraponto







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